sexta-feira, 11 de março de 2011

Os homens que não amavam as mulheres – Stieg Larsson

Quem acompanha o blog (alguém? rs) sabe que normalmente eu gosto de colocar o título em português e o original em inglês ao lado. Não é o caso dessa obra, primeiro por que o original é em sueco, Stieg Larsson era sueco portanto nada mais óbvio que escrevesse em seu idioma. Segundo que como o livro ficou famoso primeiro nos EUA onde foi traduzido como “The girl with the dragon tattoo” (A garota com a tatuage de dragão), e a gente tem essa tendência de achar que os americanos fazem tudo certinho né?
Eu estava bem confusa e tentando entender por que no Brasil foi traduzido com esse título aí de cima que, aparentemente, não tem nada a ver com o “original”.
Nas minhas férias fui pra praia e fiquei na casa dos meus tios, o marido da minha tia é...sueco...e qdo comentei sobre o livro que tinha comprado ele ficou super entusiasmado e disse que é um dos melhores que leu ultimamente e que já fizeram até um filme e que eu não podia deixar de ver, comentei sobre o título da versão em português e pra minha surpresa ele disse “mas é perfeito, é algo assim que o original quer dizer, esse título americano é ridículo, só pq a personagem tem uma tatto de dragão eles colocam isso no título!”.
Depois já em casa eu pesquisei e vi que o original sueco é “Män som hatar kvinnor” que significa “Homens que odeiam mulheres”!!!
Talvez vocês não entendam por que tanta preocupação minha com as traduções, mas eu gosto de saber o título original, a história por traz do título, quem foi o autor, essas coisas...tá, vá lá, eu sou curiosa, rsrs, e se mais alguém aqui também é curioso...bom, pelomenos matou várias curiosidades com esse post, rs

Falei, falei, falei, rs, mas queria chegar no seguinte: não tenhamos tanto preconceito com o que vem do Brasil, ás vezes criticamos muito o que é nosso e esquecemos que o que vem de fora muitas vezes também não é legal e/ou bem feito.
Eu sou a primeira a achar que o Brasil tem muitas coisas maravilhosas e tendo viajado pro exterior eu vi que lá fora também tem muuuita porcaria, gente mal educada e etc e tal, mas eu tinha sim um certo preconceito com nossas traduções, especialmente de filmes né, pq eles traduzem os títulos pra cada coisa nada a ver e daí qdo vem um filme cujo título original já foi usado pra outro que não tinha nada a ver....eles são obrigados a dar um nome totalmente diferente pro filme, sem contar quando eles colocam títulos que já contam o final, rs

Mas enfim, vamos falar do livro (voltamos no filme depois, rs), a sinopse original é a seguinte:

Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento, fechara-se o acesso à ilha onde ela e diversos membros de sua extensa família se encontravam. Desde então, a cada ano, Henrik Vanger, o velho patriarca do clã, recebe uma flor emoldurada - o mesmo presente que Harriet lhe dava, até desaparecer. Ou ser morta. Pois Henrik está convencido de que ela foi assassinada.
Quase quarenta anos depois o industrial contrata o jornalista Mikael Blomkvist para conduzir uma investigação particular. Mikael, que acabara de ser condenado por difamação contra o financista Wennerström, preocupa-se com a crise de credibilidade que atinge sua revista, a Millennium. Henrik lhe oferece proteção para a Millennium e provas contra Wennerström, se o jornalista consentir em investigar o assassinato de Harriet. Mas as inquirições de Mikael não são bem-vindas pela família Vanger. Muitos querem vê-lo pelas costas. Ou mesmo morto. Com o auxílio de Lisbeth Salander, que conta com uma mente infatigável para a busca de dados - de preferência, os mais sórdidos -, ele logo percebe que a trilha de segredos e perversidades do clã industrial momento presente, desconfortavelmente presente.

A história toda é bem complexa e cheia de reviravoltas, mas tudo muito bem amarrado por esse brilhante autor, não é à toa que fez tanto sucesso e é realmente lamentável que ele tenha falecido tão precocemente e não venha mais nos brindar com outras obras tão boas como essa.
Acompanhamos Mikael no desafio de escrever a história da Família Vanger e ao mesmo tempo investigar o misterioso assassinato de Harriet, correndo inclusive, risco de morte. Não dê nada como certo nessa história, tudo pode mudar a qualquer momento.
A personagem de Lisbeth (a garota da tattoo de dragão) é a primeira vista uma incógnita, quase como um ser de outro mundo, sua aparência e modos parecem sempre querer chocar todos a sua volta, mas só ela sabe seus segredos e o que viveu pra chegar onde está. A parte todos os mistérios e a veia investigativa dos protagonistas eu adorei o livro por falar justamente de "homens que odeiam mulheres" e de como isso ainda faz parte do dia-a-dia de sociedades ao redor do mundo em países pobres mas também ricos como a Suécia.
Eu ainda não li os outros 2 livros da trilogia...mas com certeza estão na minha lista.

Quem puder/tiver interesse não perca também as versões para o cinema (já tem a trilogia completa) e, assim como disse o meu tio "em sueco!!!", pq a versão original foi feita com atores suecos e falada nessa língua, a atriz que faz a Lisbeth dá um show....e claro que os EUA tinha de fazer sua versão (assim como fizeram com tantos filmes de terror japonês, cujo original já era muito superior a versão industrializada americana) que está em produção com atores americanos (ou ingleses no caso do protagonista que será vivido pelo Daniel Craig, o 007 mais recente).
Enfim, uma ótima leitura que vai rapidinho de tão interessante e envolvente que é. 

5 comentários:

  1. Gostei do título, fiquei curiosa para ler o livro, vai entrar na fila
    Carminha

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  2. Oi Gi! Eu não sabia que vc tinha um blog e ainda mais pra falar de livros! Que bacana, já estou te acompanhando!

    Muito interessante seu post. Eu assisti o filme e AMEI. Agora me interessei muito em ler o livro também (e até a trilogia, não sabia que tinha). Qto às traduções, houve uma epoca que eu tb achava que no Brasil se traduzia mal, mas desde que passei a morar fora que vejo que não é assim sempre. Outra coisa, é que percebi que na maior parte dos paises as pessoas assistem filmes estrangeiros dublados (em alguns paises da Europa, como a Italia, varios dvds só são encontrados dublados, sem a lingua original). Eu acho isso um absurdo e percebo que no Brasil muita gente prefere o som original com legendas.

    Mas enfim, tô fugindo do assunto. :)

    Adorei a dica do livro, Gi!

    Beijos,

    Lu

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  3. Oi Lu, que bom vc por aqui, rs
    Pois é, fica difícil se eu não divulgar né? rs
    Eu ouvi falar que a maioria assiste dublado, acho que nem tanto pela legenda, provavelmente mais pq se irritam de ouvir os atores falando um idioma que não é o deles, rs
    Eu odeioooo filme dublado, prefiro mil vezes ter de ler a letrinha (ou se for em inglês assistir sem legenda), não pq as nossas dublagens sejam ruins mas pq acho que se perde muito da interpretação do ator.
    Pode fugir do assunto sempre, adoro cinema tb, rs
    Bjos e volte sempre!

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  4. Gi;
    é uma tarefa penosa esta de verter títulos para outras línguas... inúmeros livros e filmes estão aí para provar. Há interesses comerciais que se sobrepõem aos puramente literários, e às vezes nascem "monstrengos" como esse título americano daí... (o filme Blow-Up traduzido como Depois Daquele Beijo é um exemplo clássico). Os mais puristas, como o Tolkien do Senhor dos Anéis, não permitiem nem tradução nem versão de suas obras sem opinar primeiro.
    Por outro lado, interessante a dica, vou ficar de olho por aqui!
    Abraço gaúcho!

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  5. Fiquei com vontade de ler esse livro... Estou com tantos na minha cabeceira me esperando... Esse ano está sendo complicado para mim no quesito tempo para leitura...
    Beijos e adorei o post...

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