Quem acompanha o blog (alguém? rs) sabe que normalmente eu gosto de colocar o título em português e o original em inglês ao lado. Não é o caso dessa obra, primeiro por que o original é em sueco, Stieg Larsson era sueco portanto nada mais óbvio que escrevesse em seu idioma. Segundo que como o livro ficou famoso primeiro nos EUA onde foi traduzido como “The girl with the dragon tattoo” (A garota com a tatuage de dragão), e a gente tem essa tendência de achar que os americanos fazem tudo certinho né?
Eu estava bem confusa e tentando entender por que no Brasil foi traduzido com esse título aí de cima que, aparentemente, não tem nada a ver com o “original”.
Nas minhas férias fui pra praia e fiquei na casa dos meus tios, o marido da minha tia é...sueco...e qdo comentei sobre o livro que tinha comprado ele ficou super entusiasmado e disse que é um dos melhores que leu ultimamente e que já fizeram até um filme e que eu não podia deixar de ver, comentei sobre o título da versão em português e pra minha surpresa ele disse “mas é perfeito, é algo assim que o original quer dizer, esse título americano é ridículo, só pq a personagem tem uma tatto de dragão eles colocam isso no título!”.
Depois já em casa eu pesquisei e vi que o original sueco é “Män som hatar kvinnor” que significa “Homens que odeiam mulheres”!!!
Talvez vocês não entendam por que tanta preocupação minha com as traduções, mas eu gosto de saber o título original, a história por traz do título, quem foi o autor, essas coisas...tá, vá lá, eu sou curiosa, rsrs, e se mais alguém aqui também é curioso...bom, pelomenos matou várias curiosidades com esse post, rs
Falei, falei, falei, rs, mas queria chegar no seguinte: não tenhamos tanto preconceito com o que vem do Brasil, ás vezes criticamos muito o que é nosso e esquecemos que o que vem de fora muitas vezes também não é legal e/ou bem feito.
Eu sou a primeira a achar que o Brasil tem muitas coisas maravilhosas e tendo viajado pro exterior eu vi que lá fora também tem muuuita porcaria, gente mal educada e etc e tal, mas eu tinha sim um certo preconceito com nossas traduções, especialmente de filmes né, pq eles traduzem os títulos pra cada coisa nada a ver e daí qdo vem um filme cujo título original já foi usado pra outro que não tinha nada a ver....eles são obrigados a dar um nome totalmente diferente pro filme, sem contar quando eles colocam títulos que já contam o final, rs
Mas enfim, vamos falar do livro (voltamos no filme depois, rs), a sinopse original é a seguinte:
Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento, fechara-se o acesso à ilha onde ela e diversos membros de sua extensa família se encontravam. Desde então, a cada ano, Henrik Vanger, o velho patriarca do clã, recebe uma flor emoldurada - o mesmo presente que Harriet lhe dava, até desaparecer. Ou ser morta. Pois Henrik está convencido de que ela foi assassinada.
Quase quarenta anos depois o industrial contrata o jornalista Mikael Blomkvist para conduzir uma investigação particular. Mikael, que acabara de ser condenado por difamação contra o financista Wennerström, preocupa-se com a crise de credibilidade que atinge sua revista, a Millennium. Henrik lhe oferece proteção para a Millennium e provas contra Wennerström, se o jornalista consentir em investigar o assassinato de Harriet. Mas as inquirições de Mikael não são bem-vindas pela família Vanger. Muitos querem vê-lo pelas costas. Ou mesmo morto. Com o auxílio de Lisbeth Salander, que conta com uma mente infatigável para a busca de dados - de preferência, os mais sórdidos -, ele logo percebe que a trilha de segredos e perversidades do clã industrial momento presente, desconfortavelmente presente.
A história toda é bem complexa e cheia de reviravoltas, mas tudo muito bem amarrado por esse brilhante autor, não é à toa que fez tanto sucesso e é realmente lamentável que ele tenha falecido tão precocemente e não venha mais nos brindar com outras obras tão boas como essa.
Acompanhamos Mikael no desafio de escrever a história da Família Vanger e ao mesmo tempo investigar o misterioso assassinato de Harriet, correndo inclusive, risco de morte. Não dê nada como certo nessa história, tudo pode mudar a qualquer momento.
A personagem de Lisbeth (a garota da tattoo de dragão) é a primeira vista uma incógnita, quase como um ser de outro mundo, sua aparência e modos parecem sempre querer chocar todos a sua volta, mas só ela sabe seus segredos e o que viveu pra chegar onde está. A parte todos os mistérios e a veia investigativa dos protagonistas eu adorei o livro por falar justamente de "homens que odeiam mulheres" e de como isso ainda faz parte do dia-a-dia de sociedades ao redor do mundo em países pobres mas também ricos como a Suécia.
Eu ainda não li os outros 2 livros da trilogia...mas com certeza estão na minha lista.
Quem puder/tiver interesse não perca também as versões para o cinema (já tem a trilogia completa) e, assim como disse o meu tio "em sueco!!!", pq a versão original foi feita com atores suecos e falada nessa língua, a atriz que faz a Lisbeth dá um show....e claro que os EUA tinha de fazer sua versão (assim como fizeram com tantos filmes de terror japonês, cujo original já era muito superior a versão industrializada americana) que está em produção com atores americanos (ou ingleses no caso do protagonista que será vivido pelo Daniel Craig, o 007 mais recente).
Enfim, uma ótima leitura que vai rapidinho de tão interessante e envolvente que é.