sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Tirando o pó...

Poeira danada encontrei nesse blog quando o abri!
Tanto tempo fechado, abandonado que até vírus veio morar aqui.
Sofri um pouquinho de tanto arrependimento, mas logo passou e corri descobrir como expulsar de casa o Sr.Malware.
Mais de 2 anos passaram, muita coisa me aconteceu na vida e, finalmente, chegou a hora de voltar.

Nesse meio tempo eu entrei na casa dos 30, li Balzac e odiei (hehehe), mas sou obrigada a concordar que nunca houve melhor época na vida e espero sinceramente que só continue a melhorar.
Passei por poucas e boas, ri muito e tb chorei de soluçar, mas aprendi que não vim a passeio, vim ser alguém melhor, então não importa o quanto me derrubem eu sempre vou me levantar!

Hoje estou (pq é SIM um estado de espírito) mais feliz comigo, com minha vida, com quem tento ser, mudei meu modo de pensar, mudei meus hábitos, minha saúde, meu corpo e no caminho fui deixando um monte de culpas, medos, excesso de peso, tristezas, me perdoei e aceitei que a vida é feita de escolhas e eu sou a única responsável pelas minhas.

E (quase) encerrada uma fase de muitos compromissos e cursos, estou me permitindo voltar a pensar na pilha de livros não-acadêmicos que há tempos me espera lá em casa, que fica me chamando, pisca pra mim, assovia quando eu passo e eu finjo que não vi-ouvi-percebi para não correr o risco de me enroscar com um deles pelos cantos e não estudar nem fazer os meus trabalhos.
Agora estou voltando a cortejá-los, quem sabe eles me perdoam e logo eu volto a lê-los e a ter assunto pra esse blog querido que eu não quero mais deixar abandonado.
Logo (não vou prometer data exata) eu volto com mais resenhas, a pilha lá em casa tá grande e não pára de chegar gente (livros! rs) nova pra coleção.
Se alguém estiver sem nada pra fazer, cola aí que eu tô voltando! 
  

sexta-feira, 11 de março de 2011

Os homens que não amavam as mulheres – Stieg Larsson

Quem acompanha o blog (alguém? rs) sabe que normalmente eu gosto de colocar o título em português e o original em inglês ao lado. Não é o caso dessa obra, primeiro por que o original é em sueco, Stieg Larsson era sueco portanto nada mais óbvio que escrevesse em seu idioma. Segundo que como o livro ficou famoso primeiro nos EUA onde foi traduzido como “The girl with the dragon tattoo” (A garota com a tatuage de dragão), e a gente tem essa tendência de achar que os americanos fazem tudo certinho né?
Eu estava bem confusa e tentando entender por que no Brasil foi traduzido com esse título aí de cima que, aparentemente, não tem nada a ver com o “original”.
Nas minhas férias fui pra praia e fiquei na casa dos meus tios, o marido da minha tia é...sueco...e qdo comentei sobre o livro que tinha comprado ele ficou super entusiasmado e disse que é um dos melhores que leu ultimamente e que já fizeram até um filme e que eu não podia deixar de ver, comentei sobre o título da versão em português e pra minha surpresa ele disse “mas é perfeito, é algo assim que o original quer dizer, esse título americano é ridículo, só pq a personagem tem uma tatto de dragão eles colocam isso no título!”.
Depois já em casa eu pesquisei e vi que o original sueco é “Män som hatar kvinnor” que significa “Homens que odeiam mulheres”!!!
Talvez vocês não entendam por que tanta preocupação minha com as traduções, mas eu gosto de saber o título original, a história por traz do título, quem foi o autor, essas coisas...tá, vá lá, eu sou curiosa, rsrs, e se mais alguém aqui também é curioso...bom, pelomenos matou várias curiosidades com esse post, rs

Falei, falei, falei, rs, mas queria chegar no seguinte: não tenhamos tanto preconceito com o que vem do Brasil, ás vezes criticamos muito o que é nosso e esquecemos que o que vem de fora muitas vezes também não é legal e/ou bem feito.
Eu sou a primeira a achar que o Brasil tem muitas coisas maravilhosas e tendo viajado pro exterior eu vi que lá fora também tem muuuita porcaria, gente mal educada e etc e tal, mas eu tinha sim um certo preconceito com nossas traduções, especialmente de filmes né, pq eles traduzem os títulos pra cada coisa nada a ver e daí qdo vem um filme cujo título original já foi usado pra outro que não tinha nada a ver....eles são obrigados a dar um nome totalmente diferente pro filme, sem contar quando eles colocam títulos que já contam o final, rs

Mas enfim, vamos falar do livro (voltamos no filme depois, rs), a sinopse original é a seguinte:

Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento, fechara-se o acesso à ilha onde ela e diversos membros de sua extensa família se encontravam. Desde então, a cada ano, Henrik Vanger, o velho patriarca do clã, recebe uma flor emoldurada - o mesmo presente que Harriet lhe dava, até desaparecer. Ou ser morta. Pois Henrik está convencido de que ela foi assassinada.
Quase quarenta anos depois o industrial contrata o jornalista Mikael Blomkvist para conduzir uma investigação particular. Mikael, que acabara de ser condenado por difamação contra o financista Wennerström, preocupa-se com a crise de credibilidade que atinge sua revista, a Millennium. Henrik lhe oferece proteção para a Millennium e provas contra Wennerström, se o jornalista consentir em investigar o assassinato de Harriet. Mas as inquirições de Mikael não são bem-vindas pela família Vanger. Muitos querem vê-lo pelas costas. Ou mesmo morto. Com o auxílio de Lisbeth Salander, que conta com uma mente infatigável para a busca de dados - de preferência, os mais sórdidos -, ele logo percebe que a trilha de segredos e perversidades do clã industrial momento presente, desconfortavelmente presente.

A história toda é bem complexa e cheia de reviravoltas, mas tudo muito bem amarrado por esse brilhante autor, não é à toa que fez tanto sucesso e é realmente lamentável que ele tenha falecido tão precocemente e não venha mais nos brindar com outras obras tão boas como essa.
Acompanhamos Mikael no desafio de escrever a história da Família Vanger e ao mesmo tempo investigar o misterioso assassinato de Harriet, correndo inclusive, risco de morte. Não dê nada como certo nessa história, tudo pode mudar a qualquer momento.
A personagem de Lisbeth (a garota da tattoo de dragão) é a primeira vista uma incógnita, quase como um ser de outro mundo, sua aparência e modos parecem sempre querer chocar todos a sua volta, mas só ela sabe seus segredos e o que viveu pra chegar onde está. A parte todos os mistérios e a veia investigativa dos protagonistas eu adorei o livro por falar justamente de "homens que odeiam mulheres" e de como isso ainda faz parte do dia-a-dia de sociedades ao redor do mundo em países pobres mas também ricos como a Suécia.
Eu ainda não li os outros 2 livros da trilogia...mas com certeza estão na minha lista.

Quem puder/tiver interesse não perca também as versões para o cinema (já tem a trilogia completa) e, assim como disse o meu tio "em sueco!!!", pq a versão original foi feita com atores suecos e falada nessa língua, a atriz que faz a Lisbeth dá um show....e claro que os EUA tinha de fazer sua versão (assim como fizeram com tantos filmes de terror japonês, cujo original já era muito superior a versão industrializada americana) que está em produção com atores americanos (ou ingleses no caso do protagonista que será vivido pelo Daniel Craig, o 007 mais recente).
Enfim, uma ótima leitura que vai rapidinho de tão interessante e envolvente que é. 

Cotoco: o diário (perversamente) engraçado de um garoto de 13 anos - John van de Ruit

John Milton é um garoto de 13 anos que vive na África do Sul dos anos 90 e se prepara para deixar sua casa para morar em um dos melhores internatos para meninos do país, onde ele conseguiu uma bolsa.
No internato John (ou Cotoco, como logo é apelidado) vai fazer muitos amigos, alguns inimigos e viver os melhores e os piores momentos de sua vida.
Escrito em forma de diário (como já diz o título) é um livro muito gostoso de ler, fora que é hiper engraçado e apesar das situações por vezes mirabolantes, a história é muito crível. Eu não estudei em colégio interno, mas posso muito bem imaginar que seja assim mesmo a vida em um deles, especialmente um só de meninos (e como esses meninos aprontam!!!).
Achei interessante também que o pano de fundo pra essa história é o Apartheid e o fato de Nelson Mandela estar recém liberto depois de décadas na prisão. É interessante acompanhar o ponto de vista do protagonista e  caminho que trilha afim de, após ouvir opiniões contrárias e favoráveis à Mandela, chegar a sua própria conclusão e se posicionando sobre o tema.
É um livro engraçado sim, mas não é um livro bobo, ele aborda os sentimentos de um menino de 13 anos, mas um menino bom, inteligente, companheiro, cujos sentimentos não são só alegria, farra e bagunça, esse menino tem preocupações reais, sobre a vida, o mundo, a política, ele preza seus amigos e aqueles que lhe são especiais, no final da leitura você fica querendo mais do Cotoco, a gente acompanha um ano da vida dele e fica se sentindo no direito de querer mais, é uma pena que o livro não tenha continuação, com certeza teria muitos interessados em seguir acompanhando a saga desse menino querido e eu seria uma delas.
Recomendo muito, adorei acompanhar um pouco do que é ser um menino de 13 anos J

quinta-feira, 3 de março de 2011

Sumi...sorry!

Depois de um longo verão (que aliás parece que não acaba), estou de volta!
Nossa, dá até vergonha de ver como sumi desde o Natal, mas saí de férias e daí nada de acesso a net e quando voltei ao trabalho....eu tinha muito trabalho!!!
Na verdade ainda tenho, esse é um período super atribulado para nós lá na Biblio, é começo de ano letivo, muitos alunos novos chegando, inscrições, tours pra apresentar a biblioteca e fora isso a USP (finalmente) começou a utilizar um sistema integrado de bibliotecas (aê, uhu, aleluia), atenderam nossas preces e agora o empréstimo de todas as mais de 50 bibliotecas está interligado....mas isso quer dizer que é mais trabalho pra gente nesse período de adaptação, quase ficamos loucos mas parece que agora estamos entrando no ritmo e a longo prazo a rapidez e qualidade do trabalho só vai aumentar.
Enfim, li 4 livros nas minhas férias, muito distintos entre si, nem vou citar os nomes por que ainda não decidi se vou postar resenhas sobre todos (gostaaaar mesmo, eu só gostei de 2, rs).
Ainda não será essa semana que eu farei um post, mas prometo que será para logo.
Desculpem a longa ausência, no mês de Fevereiro eu não li nenhum livro (que absurdo!!! rs), mas no finalzinho do mês comecei a ler "1808" do Laurentino Gomes que minha colega Alice me emprestou (obrigada, Alice!!!) e vou ver se dou um gás nele no feriado de Carnaval (ele é enooorme, mas muito interessante, estou adorando).
Enfim, minha lista de desejos de livros só cresce e eu preciso arrumar um dindin pra comprá-los, hahaha, por que senão logo não terei assunto pro blog, rs, acho que vou correr na livraria on-line e comprar alguns no crediário :-P

Bjos e logo eu volto!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Um conto de Natal (A Christmas Carol)

Tendo sido publicado pelo primeira vez em 1843, Um conto de Natal ou Um cântico de Natal numa tradução mais fiel ao original, já teve muitas reedições com os mais diversos, formatos e capas, esta da imagem não é nem de longe a melhor (pelo contrário, acho que deve ser a mais feia) mas como sempre posto as fotos das obras que eu li, vai aí a imagem do exemplar da L&PM pocket (que eu adoro, mas que podia ter feito uma capa mais bonitinha).
Essa é minha história de Natal preferida e acho que é meio uma unanimidade, uma vez que foi um enorme sucesso quando do seu lançamento e continua a ser reproduzida nas telonas incessantemente, e ninguém parece se incomodar com isso.
Assisti recentemente a última versão, uma animação com o Jim Carrey como Ebenezer Scrooge, acho que se tivesse visto no cinema em 3D teria gostado mais, mas acho que não tem muito como competir com a versão mais fofa de todas "O conto de Natal do Mickey" ou "Mickey´s Christmas Carol", que tem o Tio Patinhas no papel do Scrooge, o que não podia ser mais perfeito uma vez que o nome do Tio Patinhas em inglês é Uncle Scrooge, ou seja, o personagem foi inspirado em Ebenezer Scrooge desse nosso clássico de Dickens. No desenho temos ainda muitos outros personagens da Disney como o Pateta como o fantasma do sócio do Tio Patinhas e o Pato Donald como seu sobrinho Fred (gente, eu adoro o Donald, rs).
Bom, mas voltando ao livro, para aqueles que não conhecem a história (o que acho difícil mas, enfim) Ebenezer Scrooge é um velho rico e muito muito avarento e mal humorado. Para ele a pior época do ano é o Natal por que ele simplesmente nçao suporta ver tantos sorrisos, tantas pessoas alegres e cantando pelas ruas, atrapalhando o seu trabalho e perdendo seu tempo com felicitações e o pior de tudo: pedindo dinheiro para a caridade.
Na noite de Natal Scrooge recebe a visita do fantasma de seu sócio Jacob Marley falecido há 7 anos, Marley quer alertar Scrooge sobre os sofrimentos que uma alma ruim e egoísta enfrenta depois da morte tendo de vagar por toda eternidade, assim ele comunica a Scrooge que este receberá a visita de três outros fantasmas, os fantasmas dos Natais Passado, Presente e Futuro.
Assim Scrooge, sempre acompanhado pelos fantasmas pode relembrar o tempo em que ele era uma boa pessoa e que amava o Natal, pode ver com o Fantasma do Presente o quanto é ruim com as pessoas e como seu próprio funcionário tem dificuldades para alimentar a família por conta do salário tão baixo e com o assustador Fantasma dos Natais Futuros ele pode enfim ver qual será seu destino e como ninguém sentirá sua falta quando ele partir.
O final é bem óbvio com Scrooge se redimindo e se tornando o maior amante do Natal e bem feitor dos pobres e oprimidos, tendo se tornado conhecido em sua comunidade como "aquele homem que realmente sabe comemorar o Natal".
Apesar de ser bem óbvio, acredito eu, que é o tipo de história que todo mundo gosta de ler nessa época por que mostra a nobreza de sentimentos que deveríamos ter durante o ano inteiro e não somente no Natal. Realmente me incomodam pessoas que, nessas datas, se abraçam aos parentes aos prantos dizendo o quanto os amam enqto durante o ano inteiro tudo que fizeram foi brigar, acho meio hipócrita, mas quem sou eu pra criticar, tudo que posso fazer é praticar no meu dia a dia o amor, carinho e atenção, apesar de amar loucamente o Natal desde criancinha para mim essa data é mais para reunir as pessoas e honrar o aniversariante do dia, mas dizer que amo e amar eu amo o ano inteiro, rs
Voltando ao livro apesar de seu estrondoso sucesso dizem que Dickens o escreveu em tempo recorde (acho que 2 semanas) para ter $ para saldar uma dívida e que nunca imaginou que faria tanto sucesso. Dickens sempre o chamou de seu "livrinho de Natal".
Mas não só de historinhas de Natal se fez o autor, pelo contrário, antes de escrever a obra Dickens já era escritor consagrado por sua igualmente famosa obra "Oliver Twist", e a "Conto" se seguiram obras como "David Copperfield", "Little Dorrit", "Um conto de duas cidades" (A tale of two cities) e "Grandes expectativas" (Great expectations), a maioria tendo sido adaptada para o cinema diversas vezes.
O mais interessante sobre o autor e que fica muito claro em suas obras é sua crítica aos males sociais da era vitoriana, como a exploração das crianças, os maus tratos, a pobreza da classe trabalhadora, etc.
Isso fica muito claro em obras como Oliver Twist onde o personagem principal é um garoto órfão, Nicholas Nickleby onde o personagem do título vai trabalhar como professor em um orfanato e se indigna com as condições em que as crianças vivem e ainda em Little Dorrit onde Dickens usa elementos auto biográficos para contar a história da mocinha que viveu toda sua vida com o pai na prisão Marselhesa por conta da prisão desse por uma dívida (o mesmo aconteceu com o pai de Dickens).
Foi a primeira vez que li uma obra completa de Dickens, dá até vergonha de dizer mas é tão difícil encontrar boas versões traduzidas de sua obra e as em inglês ainda são um grande desafio para mim por conta do inglês de época e de eu precisa usar o dicionário constantemente para buscar termos que não são mais tão usados.
Mas eu não desisto, tenho um Little Dorrit em inglês para ler (haja coragem, tem umas 600 páginas), mas eu chego lá.
Quero desejar a todos um Feliz Natal, um 2011 cheio de novidades, conquistas, sonhos realizados e muitos muitos livros para ler!!!
Amei ter criado coragem para montar esse espaço e agradeço aos meus poucos amigos e seguidores que me acompanham.
Bjo grande e como diria o Pequeno Tim "que Deus abençõe a todos nós"!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Na minha estante tem...

O ano está chegando ao fim e apesar do blog ainda estar na infância, fim de ano é sempre uma época de reflexão, de pensar no que passou, no que vivemos e aprendemos durante o ano.
Como eu já disse, sempre tive vontade de ter com quem falar sobre literatura (além da minha irmã, rs), de ter um espaço pra trocar idéias, opiniões, sugestões, enfim, falar e também ouvir.
Os livros e suas histórias sempre me emocionaram muito, assim como o cinema, a música e tudo que esteja ao meu redor e me provoque uma reação, seja um arrepio, a vontade de sorrir ou de chorar, enfim, que alcancem o meu sentir.
Talvez eu seja uma pessoa sensível demais, pq as vezes choro até com comercial, rs, mas eu não consigo ler um livro ou ver um filme e não terminar tocada, não sair refletindo sobre a história e muitas vezes trazendo algo pra minha vida cotidiana.
A internet, obviamente, tb é fundamental e me proporcionou acontecimentos incríveis, conhecer pessoas maravilhosas, amigos hoje e pra vida toda...mas os bons e velhos livros ainda são os meus preferidos, eu até tentei mas não consigo ler na tela, no iPod, nada como as letrinhas no papel, rs
E na curta vida desse blog, eu pude falar sobre algumas das obras mais legais que li esse ano, muitas delas já entraram pra minha lista de preferidas e talvez eu seja uma pessoa que tem dificuldade em criticar, rs, mas eu gostei da maior parte deles e por isso parece que essa minha lista não vai parar de crescer e nela cabem todos os estilos. 
Eu sempre tive muita vontade de aprender mas nunca me julguei e nem fui uma aluna exemplar, por mais que muitos me achassem CDF eu nunca gostei muito de estudar, sempre tive dificuldade de me concentrar e sempre odiei matemática, hahaha, mas por outro lado sempre amei e fui bem em literatura, em história, eu estudava contando a história do Brasil (ou mundial) pra minha mãe, eu ia contando pra ela a história e memorizando....sempre amei uma boa história e sempre odiei decoreba, por isso minha preferência por essas matérias.
E por isso gosto tanto da internet tb, posso estar aqui falando das coisas que mais amo pra quem quiser ler, e mesmo que ninguém queira eu fico feliz simplesmente por ter um espaço pra me expressar e isso é suficiente pra mim.
Mas é óbvio que eu espero sempre que as pessoas leiam e comentem, gostem ou desgostem, mas comentem, eu adoro um feedback, é bom ver as coisas por outro ponto de vista, sempre aprendo muito e adoro aprender :)
Bom, vou pra um recesso (pq ninguém é de ferro) mas ainda volto pra um último post antes do Natal, sobre uma obra totalmente propícia pra essa época e, na minha humilde opinião, a que melhor representa essa que é a minha época preferida do ano.
Deixo vocês com algumas imagens (reais!!!) da minha estante (e do meu criado mudo!), rs, e me aguardem por que voltarei das férias com novas resenhas já que os livros que me aguardam são muitos e pretendo aproveitar esse descanso pra ler todos!

 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Pé na estrada (On the road)

'On the road é a obra prima do autor Jack Kerouac, considerado o principal expoente da Geração Beat.'
Li esse tipo de comentário em diversos sites e blogs, é a definição mais comum a obra e ao autor. Podem me chamar de ignorante ou achar um absurdo, mas eu não sabia o que era a tal Geração Beat tão falada, eu poderia simplemente me sair com a frase "isso não é da minha época", rs, mas não, eu simplemente pouco tinha ouvido falar sobre e nunca me interessei em saber mais.
Mas isso não significa que eu não tenha interesse em ler obras por não saber do que falam, pelo contrário, muitas vezes isso me intriga mais ainda e desperta o interesse.
Foi o que aconteceu com On the road, mas antes de lê-lo eu fui pesquisar e descobri que a Geração Beat foi uma geração de pessoas, não necessariamente jovens, que tinham um espírito livre, que não se prendiam a ninguém e a lugar nenhum, que queriam viver a vida ao máximo, sem pensar no amanhã.
Posso estar falando besteira mas tenho pra mim que foram os precursores dos Hippies, que vieram depois e seguem uma filosofia de vida parecida.
A história é narrada por Sal Paradise, que vive em New Jersey e tem muitos amigos e através de um desses amigos ele conhece Dean Moriarty, um cara de espírito livre pelo qual Sal fica intrigado e cheio de vontade de conhecer melhor e se tornar amigo. Juntos eles partem por diversas viagens atravessando os EUA, indo e voltando, conhecendo lugares, pessoas e mais de si mesmos. Sal é o alter ego de Jack e Dean o de seu grande amigo Neal Cassidy, e a história é inspirada nas viagens que os dois fizeram juntos.
Eu ouvi dizer que Jack escreveu o livro em 2 semanas e que o rascunho foi escrito praticamente direto e reto, sem parágrafos e que ele datilografou em papel manteiga colado com fita adesiva pra que não precisasse trocar a folha! Só por aí vc já consegue imaginar como é alucinante a narração. Realmente quase não tem parágrafos e os capítulos são longos o que pra mim foi bem cansativo em alguns trechos.
A primeira vista eu diria é que os personagens são todos loucos, que não tem amor a nada e a ninguém e nem a própria vida e que o livro é todo uma grande confusão do começo ao fim.
Mas eu não sou pessoa de fazer julgamentos sem muita análise, sem me colocar no lugar ou tentar sair do meu lugar e entender a vida dos personagens ou mesmo o mundo e época em que o autor viveu e se baseou pra escrevê-la.
Assim eu posso dizer que o estilo de vida deles não tem nada a ver comigo, e assim é um pouco mais difícil e desconfortável quando você não consegue se identificar com os personagens, a leitura fica bem mais desafiante.
Eles são jovens que não precisam de nada pra viver, carregam poucas peças de roupa, pouco dinheiro, nenhuma comida, se o $ acaba eles arrumam um trabalho pra pagar a passagem de volta ou o lanche pra matar a fome ou furtam um pedaço de pão com queijo. Eles fumam muito, bebem demais, usam drogas, fazem muito sexo e bebem de novo e até cair. Atravessam o país vezes sem conta, aparentemente a gente não entende atrás do que, mas no decorrer dessa viagem alucinante que é a leitura de On the road vc entende que o que eles querem é viver, eles amam demais o próximo, eles acham tudo e todo mundo bom demais, incrível, fascinante, as pessoas menos "interessantes" pra uma sociedade, como um velho pobre, um andarilho, uma triste garçonete de um bar de beira de estrada, são os mais fascinantes para eles, aqueles com quem eles querem sentar e conversar e saber tudo de suas vidas.
Eu achei esse aspecto da obra o mais admirável e fiquei até um pouco espantada comigo mesma por tê-los julgado logo de cara, eles podem ser meio loucos sim, mas eles se importam muito com o próximo, querem entendê-lo, viver o que ele vive, se colocar no lugar dele, que o mundo seja de alegria, paz, companheirismo, muito jazz, altos papos....tudo isso regado a muita bebida, cigarro e sexo, claro, hehehe, mas de qualquer forma não deixa de ser algo a se admirar, pq mesmo e já naquela época (a história se passa na década de 40) a vida não era fácil e estavam cada ser humano mais preocupado em salvar a própria pele do que perder seu tempo se preocupando com o outro.
Mas com isso não quero dizer que eu entenda ou me identifique, foi muito interessante entrar nesse mundo, me colocar naqueles lugares como sempre faço quando leio, mas admito que em alguns momentos eu fiquei meio atordoada com tantas viagens, tantos nomes de cidades e tantas idas e vindas....realmente a cada dia que passa eu tenho a confirmação de que não sou nada, nada aventureira, rs
Ao final da leitura eu cheguei a conclusão que foi uma ótima forma de analisar a minha própria vida e pensar se não seria melhor pra mim ser um pouco mais desprendida das coisas, das pessoas, um pouco mais livre e levar a vida menos a sério, não tanto quando Sal e Dean, mas um pouco menos, :)
Acho que é uma obra muito interessante, vale muito a pena ler para conhecer um pouco mais daquele período, não só do estilo de vida desse grupo mas também da sociedade da época.
Agora vou ficar aqui aguardando a versão para o cinema que deve ser lançada em 2011 com direção do nosso brasileiríssimo Walter Salles.